Segundo Capítulo : BERLIM > PRAGA

Depois de um final de semana animadíssimo em Estocolmo, Raul e eu pegamos o primeiro vôo para Berlim na Segunda cedo. No vôo apenas homens de negócios e nós dois de ressaca. Chegamos em Berlim e fomos para o hotel para encontrar-mo-nos com papi e mami!

Portas automáticas, elevadores com mármore, Welcome Mr Frare, adoramos! Mr and Mrs Frare ainda estavam dormindo, curtindo a cama gostosa e foram acordados com malas e beijos. Eu, que ainda nao sei o que vou fazer da minha vida depois de Novembro, levei uma pequena ‘valise’ de 30kg com estátuas africanas, seda tailandesa, DVDs piratas, livros lidos, etc para que papi e mami a levassem para o Brasil. Pensei que nao teria que ver a mala depois de largá-la no quarto deles.

Foi ótimo rever a família! E fomos todos explorar Berlim. Cada um queria fazer uma coisa mas acabamos caminhando pela parte antiga da cidade, conversando, rindo, tirando fotos. Caminhamos um monte. Depois fomos jantar na Casa das 100 Cervejas, em Potsdamer Platz. Nossos pés já estavam sangrando de tanto andar e a fome estava deixando os 4 de mal humor. Viagem em família e mal humor nao combinam, é uma combinaçao fatídica. Entao para escolher o que comer o cardápio veio em alemao. Eu, ainda traumatizado com a história da Lufthansa com medo de abrir a boca para dizer Guten Tag e levar um chingo. Mas colaboramos e no final comemos todos bem.

No dia seguinte Raul e Celso foram ver um show de avioes e helicópteros e eu fui com Dona Lia no Pergamon Museum ver as portas da Babilônia e tapetes árabes. Depois nos encontramos todos na KDW, que é uma super loja de departamentos para almoçar. Isso sem antes eu ter ficado de molho numa cadeira na loja da Adidas para Dona Lia comprar roupas de ginástica. Claro que no almoço os três queriam comer ostra (eu odeio ostra) entao fui comer filé de porco (aproveito para comer porco fora de Dubai pois aqui quase nao tem) sozinho (viram já a veia anti-social).

De Berlim fomos de carro com destino a Praga. Cantando no carro até chegarmos em Dresden. Daí começou a discussao de quem queria ver Dresden e quem queria seguir direto. Entramos em Dresden abaixo de chuva. Mas valeu a pena pois a cidade é linda! Só que estávamos todos mortos de vontade de chegar a Praga entao logo seguimos viagem. Na fronteira os 4 nervosos. Pode parecer besteira mas cruzar estas fronteiras da antiga Cortina de Ferro deixam a gente meio com pé atrás. Vai que eles acham que a gente é espiao, ou traficante, ou sei lá. Até explicar em deutsch...

Claro que na hora de mostrar os documentos o policial falou: Big Problem. Quê? Big Problem? Grosse Probleme warum? Vao esperar ali no estacionamento! Obedecemos. Daí veio uma pastora alemoa e levou o Raul embora para interrogatório. Volta o Raul dizendo que como o carro era alugado nao podíamos levá-lo para o Leste Europeu já que roubam todos os carros dos alemaes na República Tcheca. Toda a brincadeira da tcheca da guarda e do peso da cortina de ferro foi por água abaixo! Que fazer??? Sugestao do Celso: vamos tocar direto entao para Munique. Sao só 450 km!!! Mas queríamos conhecer Praga. Acabamos voltando para Dresden em pegando um trem para Praga. Isso tudo sem contar o estresse que foi para saber se havia trem no final da tarde, ligando para o Brasil para que o Nuno checasse na Internet os horários da Deutsche Bahn, Raul ligando para a Avis para saber onde largar o carro, eu pensando na ‘valise’ de 30kg que teria que carregar até Praga, enfim, um estresse. Só que tudo acabou bem. Carregamos todas as várias malas num carrinho que parecia de retirante nordestino e subimos no trem. Valeu pelo por do sol lindo que vimos na fronteira.

Praga é lindíssima. Comemos marreco, bebemos cerveja preta e demos mais risadas. Isso tudo com um cenário lindo. De lá a family continuou para Munique (e eu largei a valise em maos hábeis). Eu fui para Paris passar o Domingo com o Alan (amigo da Tati Benke) já que o vôo para Dubai no Sábado estava lotado. Fomos jantar num restaurante brasileiro onde eu tive vontade de pedir moqueca de entrada, prato feito de principal e estrogonofe de sobremesa! O mais engraçado foi que eu queria ir até o Montmartre e o Alan achou meio programa de turista. Mas foi e tirou mais fotos do que eu. Entao eu queria comer um crepe e ele quase morreu de vergonha achando aquilo o cúmulo do brasileiro no Montmartre. Bem, ele acabou comendo metade do meu crepe!

Claro que em Berlim que tive vontade de ficar lá para morar. Em Praga foi a mesma história e em Paris, bem, igual! Contudo era hora de voltar para Dubai, vir assar de calor e brincar de casinha servindo chá com bolachas para os dóceis passageiros.